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Apresentação

Há alguns anos visitei a Galeria de Arte Dom Quixote num dia especial, em que eram homenageados vários artistas nacionais consagrados. Logo na entrada me deparei com um quadro de Di Cavalcante, repousando sobre um velho cavalete. Ao lado, um texto do artista definindo de modo criatalino o significado da arte:

 

"Se nas artes plásticas

Não existir o sopro da poesia

Que é o poder de atingir o eterno,

Tudo se torna formal e perecível

E se diluirá no tempo..."

Eu atravessava um período de incertezas em relação à minha pintura, com toda aspiração de artista acuada por uma avalanche de ideias e conceitos preconizados de forma quase consensual pela crítica especializada, que se contrapõem ao meu modo de ver a pintura que tem o desenho como base.

A leitura daquele texto me trouxe alento e conforto, pois encerrava de uma vez por todas com um dos meus maiores questionamentos.

Hoje, menos pretensioso, eu pinto para mim e para o observador desarmado, para o povo simples ou, como diz o poeta Mário Quintana: "para a Maria de todo dia e para o João cara de pão".

Eu pinto o que sinto e o que me toca, alimentado pelo que vejo.

Eu pinto como quem escreve um poema e, ao fim, simplesmente, o expõe num muro, sem pretensão alguma.

Sino Valentim

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