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Quem foi que disse que eu escrevo para as elites?

Eu escrevo para a Maria de todo o Dia.

Eu escrevo para o João Cara de Pão.

Para você,

que está com esse jornal na mão...

E de súbito descobre que a única novidade é a poesia.

O resto não passa de crônica policial-social-política.

E os jornais sempre proclamam que a "situação é crítica"!

Mas eu escrevo é para João e Maria,

Que quase sempre estão em situação crítica!

E por isso as minhas palavras são cotidianas como o nosso pão de cada dia

E a minha poesia é natural e simples como a água bebida na concha da mão.

Mário Quintana

(Dedicatória)

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